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Notícias Julho - 2025

Mercado do Boi Gordo Entra em Alerta

Estabilidade na Arroba Contrasta com Queda na Carne e Consumo Fraco

Boi gordo segura preços, mas vendas de carne seguem travadas: carcaça recua ao menor valor desde junho

O mercado do boi gordo começou o mês de julho em compasso de espera. Embora os preços da arroba estejam relativamente estáveis, as vendas de carne bovina continuam enfraquecidas, pressionando os frigoríficos e gerando um alerta no setor.

Segundo o boletim Bom Dia do Boi, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a liquidez do mercado nesta terça-feira (1º) melhorou discretamente em relação ao início da semana, mas o ritmo ainda é considerado lento, com negociações pontuais e, na maioria das vezes, envolvendo lotes pequenos.

Frigoríficos compram sem pressa, com escalas confortáveis


Com escalas de abate bem posicionadas, variando entre 9 e 15 dias, os frigoríficos seguem firmes na estratégia de não pressionar o mercado. Isso significa que estão comprando apenas o necessário, sem disputar lotes ou elevar preços, o que contribui para a estabilidade das cotações.

No estado de São Paulo, os valores negociados giram principalmente entre R$ 310 e R$ 315 por arroba, com algumas transações pontuais chegando a R$ 305. Esses patamares mostram que o mercado opera em um "ponto de equilíbrio", mas sem espaço para avanços mais expressivos neste momento.

Carne bovina sente o baque da demanda fraca


Se do lado da boiada o mercado ainda encontra algum equilíbrio, o mesmo não se pode dizer da carne bovina. As vendas continuam abaixo do esperado e os preços recuaram mais uma vez. Todos os cortes com osso tiveram queda média de 0,5%, e a carcaça casada, referência importante no atacado, caiu para R$ 21,95/kg à vista, o menor patamar desde a primeira quinzena de junho.

Essa retração revela o grande desafio do setor: a dificuldade de escoar a produção num ambiente de consumo interno ainda frágil. A inflação controlada e a melhora nos índices econômicos não têm sido suficientes para impulsionar a carne bovina, que segue perdendo espaço para proteínas mais acessíveis, como frango e ovos.

Expectativas de melhora pontual ainda nesta semana


Apesar da pressão, analistas do Cepea apontam uma possível reação do mercado nos próximos dias, principalmente a partir desta quarta-feira (2). Tradicionalmente, as quartas-feiras registram maior volume de negócios, com supermercados se preparando para o aumento no consumo do fim de semana.

Além disso, a primeira quinzena do mês costuma trazer um respiro para o varejo, impulsionado pela reposição de estoques e pelo pagamento de salários. Caso esse cenário se confirme, a tendência é de leve aquecimento no volume de vendas e, quem sabe, maior fluidez nas negociações entre pecuaristas e frigoríficos.

Mercado observa o comportamento do consumidor


Ainda assim, o cenário exige atenção. A recuperação do mercado da carne depende diretamente do comportamento do consumidor, que, pressionado por outros gastos do mês e com opções mais baratas à mesa, tende a priorizar alternativas à carne bovina.

O consumo doméstico, especialmente nos grandes centros urbanos, continua sendo o ponto fraco da cadeia pecuária. E enquanto a demanda não reage de forma mais consistente, o setor vai navegando com cautela, negociando sem pressa e esperando por sinais mais claros de retomada.


O início de julho traz um mercado do boi gordo em estabilidade, mas com um sinal amarelo aceso no setor de carne. O recuo da carcaça casada para abaixo de R$ 22/kg revela uma cadeia produtiva que, apesar de ajustada na oferta, sofre com a lentidão da demanda.

Os próximos dias serão decisivos para medir o fôlego do consumidor e entender até onde vai a resiliência dos preços da arroba. Por ora, o mercado segue em compasso de espera, de olho no comportamento do varejo e na movimentação dos supermercados.

 

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